O Manga Rosa Café e a perseguição aos espaços de manifestação da cultura canábica

O fechamento do bar, reduto da cultura canábica e boêmia da Vila da Penha, vem trazendo indignação aos seus frequentadores
manga rosa

Paralelamente a isso, está havendo uma campanha de disseminação de fake news em que acusam o bar de ser um depósito de armas e drogas e tentam criminalizar os proprietários e funcionários do local. Trata-se de um processo escancarado de perseguição política motivada pela estigmatização de usuários de maconha, frequentadores do local. Mas quem os persegue, ignora que o Supremo Tribunal Federal (STF) já descriminalizou a posse para uso de até 40 gramas da erva.

Os proprietários do Manga Rosa já entraram em contato oficialmente com a mesma Secretaria para saber os motivos e o fundamento da decisão de interdição e da cassação do alvará de licença, mas não receberam resposta até o momento. Eles também não conseguem ter acesso ao processo administrativo que os impediu de funcionar.

Além disso, desde que o espaço foi fechado, os proprietários vêm sendo intimidados por policiais que ficam parados em frente ao local e exigem a carteira de identidade de quem acessa a loja. Os ensaios do bloco carnavalesco Manga Sativa também vêm sendo impedidos de ocorrer na área do estabelecimento.

Em 2023, a casa foi alvo de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público sob a acusação de dano ambiental. No entanto, a Justiça julgou o caso como improcedente por falta de provas, decidindo em favor do bar, o que torna a decisão da Prefeitura ainda mais misteriosa.

Manga Rosa se tornou reduto canábico da Zona Norte

Inaugurado em  12/09/2020, o Manga Rosa Café se consolidou como um ponto de encontro de amantes da música em diversos gêneros, como rock, samba, forró e black music. Em suas redes sociais, a última postagem mantém o aviso “Estamos temporariamente fechados”, resultando em centenas de questionamentos dos clientes. Caso descumpra a ordem da Prefeitura, o estabelecimento deve pagar R$1.138 de multa diária.

Ao todo, 17 funcionários estão com suas atividades interrompidas, sem contar os músicos e todo o comércio informal que também se beneficia do público do Manga Rosa, assim como, todos os moradores que passaram a temer assaltos no entorno, que agora está vazio.

A vereadora Luciana Boiteux (PSOL) já encaminhou um ofício para solicitar informações e dialogar com a gerente da 7ª GRLF – Gerência Regional de Licenciamento e Fiscalização, responsável pela cassação do alvará, mas ainda não obteve retorno.

Até quando seremos estigmatizados dessa forma?

monique prado

maconhometro
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